O desenvolvimento das ciências e das tecnologias tem possibilitado a ocorrência de profundas transformações tecnológicas no corpo humano. Tal desenvolvimento tem provocado uma revolução tecnológica nos hospitais, laboratórios e consultórios médicos, o que nos permite concordar com Homero Alves de Lima (2009) quando ele afirma que cada vez mais, a tecnologia investe no biológico e o biológico invade o mundo das máquinas, chegando a tal ponto de nos questionarmos sobre o que significa mesmo “ser humano”?
Neste Artigo Homero Luís Alves de Lima nos instiga a pensar na idéia da fusão do biológico com o tecnológico que tem invadido nossa cultura, fazendo-nos refletir sobre a nossa convivência diária com ciborgues, uma vez que frequentemente nos deparamos com pessoas que usam órgãos artificiais, têm uma prótese , como um marca passo eletrônico, ou que utilizam sistemas de implante de drogas ou implante de lentes de córneas, dentre outros. Estas pessoas tornam-se figuras familiares em nosso contexto atual.
Segundo ele, a crescente e intensa integração entre componentes biológicos, mecânicos, eletrônicos e digitais, as interações complexas entre o orgânico e o inorgânico, o real e o virtual, o natural e o artificial mostram que as fronteiras metafísicas fixadas pelo humanismo estão gradativamente se desfazendo.
Assim, os dispositivos das novas tecnologias são concebidos como práticas de poder saber que investem o corpo hoje, fazendo circular um dado regime de visibilidade-dizibilidade sobre as relações contemporâneas corpo e tecnologia.
tics e inclusão educacional
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Comentários sobe o texto Corpos Amputados e Protetizados: “Naturalizando” Novas Formas de Habitar o Corpo na Contemporaneidade de Luciana Paiva
O texto de Luciana Laureano Paiva aborda uma questão bastante relevante sobre a condição de indivíduos portadores de corpos amputados e protetizados, buscando compreender os efeitos produzidos pela amputação em seus corpos e na sua própria vida, bem como os sentimentos produzidos pelo olhar dos outros em seus corpos amputados. O olhar daqueles apontados pela sociedade como normais, perfeitos, eficientes, saudáveis e belos.
Este trabalho tornou-se ainda mais proeminente por abordar histórias reais, relatadas a partir de entrevistas com pessoas amputadas e protetizadas que vivenciam o desafio diário de conviver sendo olhado como diferente em uma sociedade onde prevalece o imperativo da aparência e da juventude, que privilegia a eficiência e o dinamismo, onde o corpo passou a ser visto como um artefato de presença que ostenta a identidade do indivíduo, que será classificado e julgado a partir de sua exterioridade.
Dessa forma, falar do corpo humano convoca-nos a falar, a mencionar as tecnologias que dele se ocuparam no decorrer de sua história. Estas tecnologias se que acoplaram ao corpo, invadindo seus territórios biológicos, tanto externo como interno, assumindo múltiplas formas e funções. São as próteses de toda natureza, máquinas que estão cada vez mais presentes na vida das pessoas.
È interessante destacar também que na busca da protetização, tanto o trabalho do fisioterapeuta como o do protetista são de extrema relevância, pois esses profissionais preparam o corpo do indivíduo amputado para receber uma prótese, que passará a ser um acessório pessoal em sua vida.
Retomo as palavras da autora para reforçar a importância e necessidade da reflexão sobre a questão da amputação dos corpos humanos, da busca da correção daquela imperfeição através do uso de próteses e das transformações que o uso dessas próteses traz para a forma de viver das pessoas na contemporaneidade. Ela afirma que para os indivíduos com corpos amputados, o uso de prótese marca a mudança de um estado de ser e de viver para outro, como muitos dos “rituais de passagem” que se vivencia, como o nascimento, o casamento e a formatura, entre outros. Para eles, a mixagem entre o orgânico e o artificial surgiu como uma nova possibilidade de ressignificar a “morte” de uma parte de seus corpos e de um estilo para renascer numa nova configuração corporal, permitindo-se habitá-los novamente, aptos para uma nova vida (2009, p.161).
Este trabalho tornou-se ainda mais proeminente por abordar histórias reais, relatadas a partir de entrevistas com pessoas amputadas e protetizadas que vivenciam o desafio diário de conviver sendo olhado como diferente em uma sociedade onde prevalece o imperativo da aparência e da juventude, que privilegia a eficiência e o dinamismo, onde o corpo passou a ser visto como um artefato de presença que ostenta a identidade do indivíduo, que será classificado e julgado a partir de sua exterioridade.
Dessa forma, falar do corpo humano convoca-nos a falar, a mencionar as tecnologias que dele se ocuparam no decorrer de sua história. Estas tecnologias se que acoplaram ao corpo, invadindo seus territórios biológicos, tanto externo como interno, assumindo múltiplas formas e funções. São as próteses de toda natureza, máquinas que estão cada vez mais presentes na vida das pessoas.
È interessante destacar também que na busca da protetização, tanto o trabalho do fisioterapeuta como o do protetista são de extrema relevância, pois esses profissionais preparam o corpo do indivíduo amputado para receber uma prótese, que passará a ser um acessório pessoal em sua vida.
Retomo as palavras da autora para reforçar a importância e necessidade da reflexão sobre a questão da amputação dos corpos humanos, da busca da correção daquela imperfeição através do uso de próteses e das transformações que o uso dessas próteses traz para a forma de viver das pessoas na contemporaneidade. Ela afirma que para os indivíduos com corpos amputados, o uso de prótese marca a mudança de um estado de ser e de viver para outro, como muitos dos “rituais de passagem” que se vivencia, como o nascimento, o casamento e a formatura, entre outros. Para eles, a mixagem entre o orgânico e o artificial surgiu como uma nova possibilidade de ressignificar a “morte” de uma parte de seus corpos e de um estilo para renascer numa nova configuração corporal, permitindo-se habitá-los novamente, aptos para uma nova vida (2009, p.161).
Comentários sobre o artigo Os Percursos do Corpo na Cultura Contemporânea de Malu Fontes
Neste artigo Malu Fontes apresenta e analisa características e conceitos referentes ao corpo canônico, que foi exaustivamente publicizado pelas mídias de massa no final do século XX, contrapondo-o ao corpo dissonante.
O texto faz uma abordagem mais voltada para a corporeidade feminina, situando-nos a partir da década de 80. E nesse contexto, leva-nos à reflexão do quanto é difícil e angustiante ter que conviver com os preconceitos acentuados pela mídia relacionados à cultura corporal, numa sociedade que valoriza e cultua o corpo canônico, sinônimo de beleza, juventude, saúde, sensualidade e boa forma física. Principalmente quando se tem um corpo dissonante em relação à corporeidade canônica vigente, ou seja, quando se é gorda, deficiente física, velha ou negra.
O corpo dissonante é mantido fora da pauta de discursos e imagens da cultura de massa, aparecendo nesse contexto sob a configuração de espetáculo ou denúncia.
Ao analisarmos os percursos do corpo na cultura contemporânea, vale a pena também refletirmos sob o aspecto de que o culto ao corpo tem excedido as questões de gênero, abrangendo o público masculino. E dessa forma, podemos observar que, de modo geral, as pessoas têm submetido seus corpos aos artifícios técnicos, das cirurgias plásticas e próteses visando melhorá-lo, potencializá-lo e canonizá-lo, passando a serem aceitas e incluídas.
O texto faz uma abordagem mais voltada para a corporeidade feminina, situando-nos a partir da década de 80. E nesse contexto, leva-nos à reflexão do quanto é difícil e angustiante ter que conviver com os preconceitos acentuados pela mídia relacionados à cultura corporal, numa sociedade que valoriza e cultua o corpo canônico, sinônimo de beleza, juventude, saúde, sensualidade e boa forma física. Principalmente quando se tem um corpo dissonante em relação à corporeidade canônica vigente, ou seja, quando se é gorda, deficiente física, velha ou negra.
O corpo dissonante é mantido fora da pauta de discursos e imagens da cultura de massa, aparecendo nesse contexto sob a configuração de espetáculo ou denúncia.
Ao analisarmos os percursos do corpo na cultura contemporânea, vale a pena também refletirmos sob o aspecto de que o culto ao corpo tem excedido as questões de gênero, abrangendo o público masculino. E dessa forma, podemos observar que, de modo geral, as pessoas têm submetido seus corpos aos artifícios técnicos, das cirurgias plásticas e próteses visando melhorá-lo, potencializá-lo e canonizá-lo, passando a serem aceitas e incluídas.
Comentários sobre o texto Uma Estética Para Corpos Mutantes de Edvaldo Souza Couto
Couto neste ensaio traz reflexões interessantes sobre a hibridização de corpo humano e tecnologia. Ele evidencia a questão das constantes mutabilidades vivenciadas pelo corpo na sociedade contemporânea. Observa-se nos dias atuais que carnes, ossos e peles são misturadas a chips, próteses, implantes, transplantes. O corpo é cada vez mais submetido a cirurgias plásticas ou ao uso de medicamentos com o objetivo do retardamento do envelhecimento e da morte. Muitas pessoas motivadas pelo apelo das mídias transformam-se em verdadeiros ciborgues.
Vivenciamos um contexto onde tudo é muito rápido e nesta conjuntura não há tempo a perder, não há tempo para esperar, tudo precisa ser imediato. E, nesta perspectiva o corpo inacabado tornou-se objeto disponível a reformas, pronto para aumentar seus níveis performáticos e padrões de eficiência. Os órgãos podem são fabricados e podem ser substituídos pelos doentes ou ineficientes, estão à disposição para serem comercializados, atendendo ás demandas do mercado desse nosso capitalismo avançado.
Vivenciamos um contexto onde tudo é muito rápido e nesta conjuntura não há tempo a perder, não há tempo para esperar, tudo precisa ser imediato. E, nesta perspectiva o corpo inacabado tornou-se objeto disponível a reformas, pronto para aumentar seus níveis performáticos e padrões de eficiência. Os órgãos podem são fabricados e podem ser substituídos pelos doentes ou ineficientes, estão à disposição para serem comercializados, atendendo ás demandas do mercado desse nosso capitalismo avançado.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
Cibercultura
Pensar cibercultura consiste em reconhecer que:
- o crescimento do ciberespaço é resultado de um movimento internacional de jovens ávidos por experimentar, coletivamente, novas formas de comunicação.
- estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação e cabe-nos explorar as potencialidades positivas deste espaço.
Dessa forma, podemos compreender que ciberespaço, também chamado de rede é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores.
E que cibercultura, considerado um neologismo, especifica o conjunto de técnicas, de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.
Este livro aborda as implicações culturais do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação. Aqui são abordadas as novas formas artísticas, as transformações na relação com o saber, as questões relativas à educação e a formação, a cidade e a democracia, a manutenção da diversidade da língua e das culturas, os problemas da exclusão e da desigualdade. Tudo isso nos faz entender que as tecnologias são produtos de uma sociedade e de uma cultura.
- o crescimento do ciberespaço é resultado de um movimento internacional de jovens ávidos por experimentar, coletivamente, novas formas de comunicação.
- estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação e cabe-nos explorar as potencialidades positivas deste espaço.
Dessa forma, podemos compreender que ciberespaço, também chamado de rede é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores.
E que cibercultura, considerado um neologismo, especifica o conjunto de técnicas, de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.
Este livro aborda as implicações culturais do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação. Aqui são abordadas as novas formas artísticas, as transformações na relação com o saber, as questões relativas à educação e a formação, a cidade e a democracia, a manutenção da diversidade da língua e das culturas, os problemas da exclusão e da desigualdade. Tudo isso nos faz entender que as tecnologias são produtos de uma sociedade e de uma cultura.
Repensando a Educação: Os estudantes da geração Internet
No livro A Hora da Geração Digital, Don Tapscott traz resultados interessantes sobre estudos referentes ao sistema educacional americano, realizados a partir da opinião de 200 jovens que nasceram na Era Digital, chamados de geração internet. As opiniões desses alunos, que colaboraram com o projeto, através da internet, em suas escolas, contribuíram para uma reflexão acerca do modelo educacional atual, apontando um dos mais profundos problemas da educação de nossos dias. O modelo de educação aplicado aos jovens da geração internet, jovens que cresceram em um ambiente digital e estão vivendo no século XXI, está atrasado uns cem anos, considerando os anseios, expectativas, velocidade da informação, criatividade e agilidade de pensamento dessa geração.
Assistir ao vídeo criado por Michael Wesch, antropólogo cultural da Universidade Estadual de Kansas e ler o capítulo 5 do livro de Tapscott nos fez refletir sobre a necessidade premente de reformulação do nosso sistema educacional, que ainda está pautado em um modelo que serviu para educar a geração da Era Industrial, cujas principais características são um aprendizado de massa, centrado no professor, aulas padronizadas, unidirecionais e aprendizado individualista. Este modelo pode ter sido bom para a economia de produção em massa, mas não funciona mais para os desafios da economia digital, ou para a mente da geração internet, que demanda por uma educação centrada no estudante, com aulas personalizadas, propiciando a descoberta e o aprender a ser a partir de um aprendizado colaborativo.
Assistir ao vídeo criado por Michael Wesch, antropólogo cultural da Universidade Estadual de Kansas e ler o capítulo 5 do livro de Tapscott nos fez refletir sobre a necessidade premente de reformulação do nosso sistema educacional, que ainda está pautado em um modelo que serviu para educar a geração da Era Industrial, cujas principais características são um aprendizado de massa, centrado no professor, aulas padronizadas, unidirecionais e aprendizado individualista. Este modelo pode ter sido bom para a economia de produção em massa, mas não funciona mais para os desafios da economia digital, ou para a mente da geração internet, que demanda por uma educação centrada no estudante, com aulas personalizadas, propiciando a descoberta e o aprender a ser a partir de um aprendizado colaborativo.
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