Couto neste ensaio traz reflexões interessantes sobre a hibridização de corpo humano e tecnologia. Ele evidencia a questão das constantes mutabilidades vivenciadas pelo corpo na sociedade contemporânea. Observa-se nos dias atuais que carnes, ossos e peles são misturadas a chips, próteses, implantes, transplantes. O corpo é cada vez mais submetido a cirurgias plásticas ou ao uso de medicamentos com o objetivo do retardamento do envelhecimento e da morte. Muitas pessoas motivadas pelo apelo das mídias transformam-se em verdadeiros ciborgues.
Vivenciamos um contexto onde tudo é muito rápido e nesta conjuntura não há tempo a perder, não há tempo para esperar, tudo precisa ser imediato. E, nesta perspectiva o corpo inacabado tornou-se objeto disponível a reformas, pronto para aumentar seus níveis performáticos e padrões de eficiência. Os órgãos podem são fabricados e podem ser substituídos pelos doentes ou ineficientes, estão à disposição para serem comercializados, atendendo ás demandas do mercado desse nosso capitalismo avançado.
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